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2015,Janeiro,Poemas
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O fim, e tudo que se segue
Só preciso saber o que há no fim
da clareira.
Não importa o dia, o trabalho, o
cinema.
Importa que eu estou lá,
importa que eu sinto o que ele
sente,
respiro por sua respiração,
um só coração, sinto o pulso
acelerar.
Ele não sabe que estou lá.
Ele não sabe que vejo dentro de
sua mente,
que conheço seus pensamentos.
Talvez esse seja o pior tipo de
intromissão,
mas sejamos honestos, o acompanho
desde o início...
desde que caminhava pelo deserto.
Não sei se me fiz personagem, ou
a personagem sou eu.
Em algum momento deixei de ser a
espectadora
de uma história narrada em minha
mente
e me tornei participante
parte ativa.
Passei por suas dores e derramei
suas lágrimas,
sorri suas alegrias e vivi seus
longos dias.
Agora aqui estamos. O fim, a
clareira.
Sentimos o frio na barriga,
respiramos pausadamente.
E damos os últimos passos.
Quem pode dizer que serão os
últimos?
Talvez nos reste o posfácio e a
redenção.
Izuara Beckmann,
17 de Janeiro de 2015.
17 de Janeiro de 2015.