sábado, 30 de novembro de 2013

Fugitivos


Somos apenas fugitivos,
e essa noite é nossa.
Temos andado sem destino,
a procura de quem nos dê as costas.

Corremos na contramão,
deixamos nosso rastro na madrugada.
Vivemos os bons momentos até o fim,
e o fim só chega com o despontar do sol.

Nos escondemos na noite,
sob uma camuflagem de sombras.
O dia vai nos encontrar por aqui,
nos surpreender em nossa própria armadilha.

O dia vai nos encontrar voltando atrás,
em busca de um caminho para casa.
Estaremos perdidos em nossas mentes,
inebriados por algum conto inacabado.

Alguma coisa vai ficar na noite,
escondido em seus próprios significados.
Alguma coisa vai ficar conosco,
como parte de quem nos tornaremos um dia.


Izuara Beckmann,
01 de Novembro de 2013.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Verdades

A verdade dói. E quem disse isso pela primeira vez, deve ter ouvido umas poucas e boas. Tudo bem. Acontece com todo mundo um dia. Alguns vão simplesmente ignorar os fatos e seguir em frente, sorte a deles. Eu fico aqui remoendo as verdades, pensando naquelas que eu não deveria querer não querer saber, ou algo assim. É muita indefinição pra minha cabeça.
Verdade é verdade. Ela vai atrás. Vai perseguir você. E não vai parar até se atirar na sua cara. Não importa quem ela use pra isso, vai doer de qualquer jeito.
Acho que a pior verdade é aquela que está em um letreiro de neon bem à sua frente, e é preciso que alguém te diga. Essa verdade, parece atirada de uma distância maior e por isso, provoca mais estragos na colisão.
Eu gosto das verdades que descobrimos sozinhos. Não porque essas sejam mais fáceis de encarar do que as outras, mas existe uma satisfação meio sem nome em encontrá-la antes que ela o encontre. É quase como uma revanche. Quase como se você é que se atirasse na cara dela, pra variar. Mas, verdade seja dita, ainda vai causar mais estragos em nós mesmos.
Resta sempre a opção de fugirmos delas. Se há alguém que prefira passar a vida fugindo, eu recomendo cuidado. Quando acontecer a colisão, pode ser com um monte delas e aí vai parecer bem mais fácil tê-las encarado uma a uma antes. Verdade dá medo. Mas dizem que é preciso encarar todo dia algo que nos meta medo de verdade, se é assim, que seja a verdade.



Izuara Beckmann,
29 de Novembro de 2013.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

O Sonho

Tive um sonho
tão longo que parecia uma vida.
Tive uma vida,
tão curta que parecia sonho.
 
Uma alucinação,
um suspiro,
uma vertigem,
explosão.


Izuara Beckmann,
06 de Novembro de 2013.

Poesia


Poesia,
quem diria?
Era só mais um dia,
uma cena, uma sina
a poesia era um último suspiro
um sussurro desesperado,
um anseio velado,
agora em combustão.

Izuara Beckmann,
11 de Novembro de 2013.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

O Estranho


Encontrei um estranho,
bebendo num bar de esquina
bebida de uma dose,
servida em copo de chopp.

Ele me falou das coisas,
dos dias, de antigos sabores.
Parecia tomado de nostalgia
das sombras de um futuro que já não via.

Me contou de um velho amor,
desses que se deixa escapar,
por uma besteira qualquer 
e um indício de dor.

Ele me falou de uma fantasia,
queria fugir da realidade.
Me disse em tom de verdade, 
essa vida, não vale mais um dia.”

Quando tudo pareceu fazer sentido,
Tinha algo estranho,
parecia um reflexo meu
aquele estranho era eu.


Izuara Beckmann,
12 de Agosto de 2013.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Agarre-se ao inesperado


Não espere nada de ninguém.
Nada.
De ninguém.

Porque ao nada,
cabe a surpresa.
E da expectativa,
não se tem certeza.

Não espere atenção,
nem mesmo afeto.
Não espere resposta,
muito menos satisfação.

Não limite a felicidade,
ao que podem fazer por você.
Seja feliz,
apesar de qualquer por quê.

Não condicione suas ações
sob nenhuma perspectiva. 
Esqueça a rotina,
liberte-se de qualquer expectativa.

Ignore a probabilidade,
o mundo é menos colorido
do que te fizeram acreditar.
Não existe esperança pra tudo, 
e nem caminhos que nos permitam voltar.


Izuara Beckmann,
18 de Julho de 2013.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Deixe estar

Deixe viver,
deixe seguir.
deixe ficar,
tudo que não deve prosseguir.

Ser,
sentir,
adormecer,
rejuvenescer. 

Deixe sonhar,
deixe que o vento leve.
deixe sorrir,
deixe estar.
Izuara Beckmann,
29 de Janeiro de 2013.


quinta-feira, 27 de junho de 2013

Medidas


Qual a medida de amar?
O ponto de partida,
o ponto de união?

Quem é que sabe a medida da sinceridade?
Até que ponto insistir,
Até que ponto dizer a verdade?

Onde entregar os pontos?
Quando decidir onde parar,
e as coisas a abandonar?

Depois desse ponto,
qualquer verdade é grosseria.
Qualquer notícia é gritaria.


Izuara Beckmann,
27 de Junho de 2013.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Como as histórias devem ser


Como todo começo deve ser,
breve, leve e simples.
Era simplesmente ódio.
Talvez nem fosse mútuo,
mas o ódio dela era suficiente por dois.

Ele era do tipo frio e calculista.
Não costumava dar explicação,
e suas ações pareciam cruelmente pensadas.
Mantinha um olhar sombrio,
parecia ter saído de um dos pesadelos dela.

Ela, do tipo espontânea,
tinha sempre uma opinião sobre tudo.
Seguia a risca seus próprios instintos,
suas próprias leis e sua própria moral.
mas mantinha uma desconfiança atenta.

Como todo desenrolar deve ser,
perguntas foram respondidas,
intenções reveladas 
e conceitos refeitos.
Silêncios foram seguidos de expectativas.

Como um romance não tem uma regra,
e não tem que ser de jeito nenhum,
o deles tinha regra própria,
e um infinito contido em cada instante.
Mesmo infinitamente breve,
era o melhor de dois.


Izuara Beckmann,
22 de Junho de 2013.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Sobre amor


Não está nas declarações públicas de afeto,
nem nas frases que enchem as redes sociais.
Não está em toda história,
nem em todos os finais.

Não está na vitrine de lojas da avenida,
nem nas conversas apaixonadas.
Não está em tudo que parece ser,
nem em qualquer direção tomada.

O amor está nos olhares silenciosos, 
Está no que não precisa ser dito,
nas certezas mudas,
no apoio mútuo.

Pode não saber ao certo
pode estar numa confusão,
talvez não se saiba onde,
mas está em algum lugar no coração.


Izuara Beckmann,
12 de Junho de 2013.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Conservar ao alcance da imaginação

Contém um verso,
diz a embalagem.
Cuidado, pode ser de protesto.
E não tem data de validade.

Pode ser que não se deixe consumir,
talvez dê má digestão.
Aquele incômodo,
um aperto no coração.

Talvez dê um nó na garganta,
e seja difícil de engolir.
Mas justifica-se por si mesmo
apenas por existir.

De efeito variável 
devorar sem moderação.
Conservar sempre
ao alcance da imaginação.

Izuara Beckmann,
06 de Junho de 2013.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Assimetria


Dois lados,
mesma moeda.
Inverso,
mais um verso.

Ordem em descontinuidade.
Uma linha,
meia verdade.

Vertigem,
lado avesso
da mesma origem.

Ilusão de óptica,
ideia,
fora de órbita.

Izuara Beckmann,
30 de Maio de 2013.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Ensejo


Não sabia o que fazer,
isso era constante, quase regra.
Não tinha pra onde correr,
fugia de tudo, às cegas.

Esperara por tanto tempo,
as coisas não são como devem ser.
O cenário passava distorcido e lento,
ainda estava preso ao que não podia ter.

Tinha tantos sonhos esquecidos,
tantos fantasmas no armário.
Coisas que a gente se apega
quando se é solitário.

Mas onde pensava ser o fim,
era só o começo.
E pôde lutar enfim,
por tudo o que não tem preço.


Izuara Beckmann,
23 de Maio de 2013.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Relicário



Poderia ter guardado em outro lugar.
ou ter esquecido por opção.
Poderia deixar o tempo apagar,
mas quis colocar naquela canção.

Quis poupar a memória,
daquela recordação.
Afinal, era só mais uma história,
dessas que não se dá muita atenção.

Quis evitar que a recordação
caísse no esquecimento.
Preferiu deixar ao alcance da mão,
aquele estranho sentimento.

E ali estava,
gravado na melodia
uma chance eternizada
feito uma velha fotografia.


Izuara Beckmann,
16 de Maio de 2013.


quinta-feira, 9 de maio de 2013

Insentido


Sinto muito,
por tão pouco sentir.
Por querer demonstrar,
e fingir me importar.
Sinto tanto,
por tanto querer,
e entre tantos anseios
me perder.
Sinto,
por pura contradição.
por levar a vida,
na contramão.
Por querer não sentir,
e do que sinto
me esconder.
Sinto tanto,
e no entanto,
por enquanto
nada sinto,
apenas minto.



Izuara Beckmann,
09 de Maio de 2013.

domingo, 5 de maio de 2013

Olhos Invisíveis

     Eu vi a morte, mas não a reconheci. Ela não usava aquela capa preta usual, e nada de foice. Parecia uma velha amiga, dessas que marcam a sua vida. Portava aquele sorriso pesaroso, como alguém que traz uma má notícia, mas não pode deixar de dá-la.
     Gentilmente, ela colocou as mãos em meu ombro, quase como se fosse conforto suficiente. Seus olhos estavam próximos, tinham uma clareza indescritível. Talvez eu me apaixonasse perdidamente, não fosse a notícia que portavam. Eu sabia. Sempre soube. Aqueles olhos me acompanhavam desde sempre. Estavam sempre lá. Finalmente, eram visíveis.
     Naquele momento, me passaram mil mínimas esperanças pela mente. E se eu fugisse? Se corresse desesperadamente em qualquer direção? E se fosse só um sonho? Como eu acordaria? Meus olhos ainda estavam perdidos naqueles à minha frente. Eles tinham as respostas. Nenhuma delas dava suporte à meus devaneios momentâneos.
     Sorriu. Quase como uma gargalhada contida. Poderia parecer macabro, mas tive que rir. Era óbvio. A morte, já deve esperar por algo assim. Já era hora de ir, não me restavam mais alternativas. Nem quis passar para a parte da negociação, quis ficar com o último sorriso. Só pra poder dizer, sem saber ainda pra quem, que arranquei uma gargalhada da morte.

Izuara Beckmann,
6 de Maio de 2013.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Desconexo


A dúvida é sempre,
uma desculpa coerente,
um argumento plausível,
pra continuar no previsível.

No erro, tem sempre,
uma lição escondida,
de que uma coisa perdida,
pode levar a algum aprendizado.

O fim, quase sempre,
é só uma segunda chance.
Para que a vida entre
nos eixos novamente.

Na vida, a gente
espera de repente,
poder levar de forma diferente,
tudo que julgamos incoerente.

Izuara Beckmann,
02 de Maio de 2013.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Das coisas de antes


Antigamente, eu sabia o que fazer.
Agora, já faz mais de uma hora
que me pergunto por onde andei.
Onde estão as certezas
em que apostei?

As coisas a que me apeguei,
Já não são tão importantes.
E o que eu quero agora,
é bem diferente de antes.

Já não sou a mesma,
Já não tenho tanta coragem.
O que deixo...esqueço.
Tudo isso, deve ser questão de idade.

É um grande jogo.
e eu perdi as apostas.
acabaram-se as fichas,
Encerrou-se a rodada.

Então, vou esquecer este dia.
Deixar mais uma página em branco.
Viver dessa nostalgia.
Lembrar do que já quis tanto.


Izuara Beckmann,
25 de Abril de 2013.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Relevâncias


Um brinde 
às perguntas sem respostas,
às ideias tortas,
a tudo que independe.

Um brinde à regra,
que faz valer a exceção,
dispensa explicação,
e na mesma ilusão nos leva.

Um brinde à imutabilidade,
às repetições incansáveis
de um mesmo ciclo.

Um brinde à sina,
ao destino já traçado,
ao que já foi realizado,
e nada ensina.

Um brinde à ordem,
de tom irrevogável,
Ao estrago irreparável.
Um brinde ao caos.

Izuara Beckmann,
18 de Abril de 2013.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Ausência


Me perdi de mim.
Não sei mais quem sou,
nem onde me procurar.
Esqueci o caminho de volta,
fugi e tranquei a porta.

Nada restou em mim de mim,
nem eu me encontro mais aqui.
Não posso dizer que mudei,
se eu não sei quem era.

Talvez eu esteja exatamente igual
e no fundo, a ausência de mim
não signifique mais do que eu costumava ser.



Izuara Beckmann,
Meados de 2010.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Trilha Sonora


Ela o beijou ao som de Engenheiros Do Hawaii,
disse que não estava mais nem aí.
Disse que passaria um tempo fora,
fora de casa? Ele perguntou.
Fora de mim. Ela disse.

E pegou o primeiro trem pra lugar nenhum.
Disse que pra destino, servia qualquer um.
E ele lhe seguia os passos, inebriado.
O chão se abrira sob seus pés, 
tudo que antes conhecia parecia mudado.

Todo momento era novo,
ela lhe preenchia cada canto do pensamento.
Mas ela mantinha o olhar distante,
como se algo pudesse lhe fugir a qualquer instante.

Ela brincava com as palavras,
com os sentimentos e com tudo a sua volta.
Parecia fazer parte de um girar indecifrável 
parecia causar o mesmo efeito em tudo.

Ele, vítima desta embriaguez,
demorou pra reparar,
que ela já não estava ali.
Enquanto ainda tocava,
aquela mesma música.
Ela o deixou,
ao som de Engenheiros do Hawaii.



Izuara Beckmann,
04 de Abril de 2013.


quinta-feira, 28 de março de 2013

Questões



O que te cega, 
o que te pasma, 
o que te leva. 
O que te deixa sem fala, 
o que move, 
espanta, encanta, 
o que te manda. 
O que te deixa 
de cabeça pra baixo, 
o que te limita, 
as coisas que te irritam. 
O que te muda, 
o que te convence, 
o que te foge, 
o que te pertence. 
O que te lê, 
quantas palavras lhe cabem, 
o que acerta em cheio, 
o que nem passa perto. 
O que te pesa, 
te preocupa
O que te eleva, 
o que te faz flutuar?

Izuara Beckmann,
29 de Março de 2013.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Estandarte


Calem-se os sinos,
os barulhos,
as certezas.

Emudeçam as existências,
as desculpas,
as devidas culpas.

Parem as sinas,
mudem as rimas,
invertam a sorte.

E ergam-se os estandartes,
vamos à guerra,
tomemos parte.

Izuara Beckmann,
16 de Março de 2013.

domingo, 10 de março de 2013

A garota na chuva

          Aquele lugar parecia não fazer parte do todo que o cercava. Parecia não se encaixar. Parecia uma parte solta, colocada ali por pura artimanha do destino. Ali, se encontrava uma garota. Ela percebia isso a respeito do lugar, mas tudo bem, pois era assim que ela mesma se sentia. Deslocada. E como parece ser, duas peças que não se encaixam em lugar nenhum, ficam melhor juntas. Ela pertencia àquele lugar. Um lugar de lugar nenhum.

        Seus olhos pareciam perdidos no horizonte, mas só pra quem olha de fora. Ela sabia exatamente pra onde olhava. Observava a tempestade se formando, talvez por que gostasse dela, ou por se sentir parte dela também. A tempestade sempre chegava transformando a calmaria em caos, pessoas corriam, o trânsito enlouquecia, a algazarra se instaurava.

         Mas é bem verdade dizer que a garota ali, no lugar em que parecia menos deslocada, não se preocupava com isso. Esperava pela tempestade. Por simplesmente achar que ela, o lugar nenhum e a tempestade formavam juntos os encaixes que lhes faltavam, e os três, pareciam então pertencer a algo que sempre lhes coube.

      E essa é uma coisa que as pessoas não entenderiam. Talvez porque estivessem ocupadas tentando se esconder da chuva, os simplesmente por não darem a mínima. Tanto faz. Também não se pode culpar ninguém por não entender os sentimentos de uma garota parada na chuva, em um lugar que lhes parecesse comum.

           E então, a chuva. As trovoadas, os relâmpagos, e os raios riscando o céu escuro. Apesar de ser dia. E o sentimento num coração atento era puro alívio. Alívio por esquecer os desencaixes. Alívio por eles não importarem naquela hora. Era a garota que não pertencia a nenhum lugar, em um lugar que também não fazia parte de um todo com uma tempestade que, apesar de deixar tudo mais caótico, unia tudo isso em uma mesma peça. Peça, que pertencia a outro lugar, mas isso já é parte de outro conto.

Izuara Beckmann,
10 de Março de 2013.


terça-feira, 5 de março de 2013

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Resplandecente


Era dia,
claro e indiscutível.
Aparente,
e decifrável.

Simples,
de claridade exorbitante. 
Mantinha exposta,
sua aura intrigante.

No dia-a-dia,
Era uma versão,
de tudo que sabia.
Era uma projeção,
de tudo que ainda não entendia.

Onde quer que estivesse,
parecia atrasada no tempo.
Como se já não houvesse,
espaço pra tanta calmaria.

Andava conforme a melodia
de seus pensamentos abstratos.
Tinha sempre a mão,
seus anseios imediatos.

Izuara Beckmann,
24 de Fevereiro de 2013.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Recomeços


Sob o mesmo chão de antes,
de sonhos estilhaçados,
está à procura de um jeito
de juntar os pedaços.

Vai descobrir com o tempo,
não dá para colar todas as peças.
Algumas já não se encaixam,
são partes soltas, dispersas.

Por um tempo, 
ficará preso à ideia de que não vai passar.
Vai se agarrar a cada pedaço,
que lembre que não dá pra voltar.

Então, deixará que o tempo cuide...
Aumente as distâncias,
diminua a nostalgia,
desfoque as lembranças.

Um dia, vai recomeçar sem perceber.
Os dias terão uma viva tonalidade.
Novos sonhos estarão esperando,
para se tornarem realidade.



Izuara Beckmann,
01 de Fevereiro de 2013.




quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Ideias Soltas



Por certo,
sentido insinua
a suma certeza
do caminho a seguir.

Por vias tortas,
desertas,
vagam remotas,
ideias dispersas.

Despertas,
em compasso.
São um traço,
fruto da imaginação.

Independentes em si.
Auto existem.
Nas curvas colidem,
com avessos de mim.


Izuara Beckmann,
01 de Fevereiro de 2013.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Luminária


Estática.
Sobre a rua,
era lua.

Na noite escura,
se destaca
feito lua.

É parte de constelação,
do alto, orgulhosa,
quer ser lua.

Quando no alto,
surge a lua,
majestosa em sua luz crua.

Esconde seu rosto,
esquece seus sonhos de lua
e volta a iluminar a rua.


Izuara Beckmann,
01 de Fevereiro de 2013.


sábado, 19 de janeiro de 2013

Expresso



Traduzida na expressão, a pressa.
Seus olhos vagavam sem cor.
Cercada dos vai-e-vens cotidianos,
Perdeu-se buscando abrandar a dor.

A pressa, sem presságios
ou intuição,
não perdoa
quem está sozinho na multidão.

O relógio e seu tic-tac,
e os olhares se vão.
Presa na garganta, 
Aquieta-se teimosa, a emoção.

E na pressa, ninguém notou
Aquela lágrima escondida,
Era dor de uma despedida,
de uma história que ninguém contou.


Izuara Beckmann,
20 de Janeiro de 2013.