terça-feira, 12 de maio de 2015

Descompasso

Há certa poesia no descompasso,
na desarmonia rítmica daquele sujeito.
Faz questão no desacordar de seus passos com a música,
aqui onde ninguém mais está dançando.

Há certa poesia em não se importar,
parece não reparar os olhares críticos.
Ignora os sussurros que lhe dizem respeito,
Aqui onde todos fingem dar atenção.

Na pausa momentânea entre uma música e outra, 
o sujeito para
assimila o novo ritmo
e torna a descompassar.

Talvez seja louco.
Talvez seja poeta.
Izuara Beckmann,
10 de Maio de 2015.