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2016,Dezembro,Poemas
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Silêncios gritados em telhados
Eram silêncios que lhe escapavam pela caneta,
maculando uma folha em branco,
que acabaria por se tornar só mais um rascunho
abandonado pela sala.
Existiam no que era expresso sem palavras
nos intervalos entre pensamentos
por vezes inconscientes
outras, relutantemente engolidos.
Eram pilhas e pilhas de tudo que não fora dito,
de tudo que deu-se por esquecido
que silenciosamente perpetuavam pela casa.
Eram silêncios que lhe escapavam pelos poemas
e estando num poema
eram como que gritados por cima dos telhados.
Izuara Beckmann,
24 de Dezembro de 2016.