terça-feira, 8 de maio de 2012

Silêncio e solidão



Encanta-me a solidão,
Aqui, eu não preciso repetir o que já disse,
eu nem preciso dizer.
É como se encarasse um espelho de mim,
sem as máscaras que costumamos ter,
e pudesse ver as cicatrizes que elas não deixam transparecer.

E posso continuar assim, muda.
Aliás, esta é outra beleza da solidão, o silêncio.
Posso finalmente ouvir os movimentos silenciosos,
os pulsares mudos de emoções,
o ritmo suave das canções que tocam imperceptíveis...

Aqui, me deixo embalar por essa brisa branda,
por esse sussurrar calmo das folhas ao vento,
por essa melodia viva e pulsante, no entanto muda,
que palpita dentro em mim...

Aqui, fico a encarar-me de frente
sem medo que me faltem as palavras,
ou as justificativas para o que fiz ou deixei de fazer.

Não me preocupo com quem fui no caminho até aqui,
basta-me a certeza de que fiz o que podia com o que tinha nas mãos,
usando as oportunidades que possuía.

Aqui, sou quem eu sou de verdade,
não quem me permito ser lá fora.
Enfrento-me com os medos infantis ,
e com coragens inconsequentes que tenho,
aceito-me em meus avessos. 
Afinal, isso é meu... Isso sou eu.

Izuara Beckmann,
08 de Maio de 2012
Comentários:
* Hoje, abandonando as rimas, escrevi do jeito que veio a mente. Afinal, só porque é confuso, não quer dizer que não faça sentido. E os pensamentos, assim como a vida, não seguem uma linha reta e previsível, talvez até, porque nós preferimos as surpresas...
** Para desmentir o que disse até aqui, a última estrofe foi acrescentada depois, na releitura. Não me culpo por meus impulsos, afinal, isso é meu... Sou eu.


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